Durante muito tempo de minha vida pessoal e profissional fui praticamente um revoltado com todo tipo de preconceito e tradição, achava um absurdo alguém definir quem você é, por exemplo, pela roupa que você veste, pelo cabelo que você usa ou não usa (como no meu caso... rs).
Como pode alguém olhar para você e apenas por isso dizer quem é você? Como pode seu credo, cor, religião, situação social ser um demonstrativo do seu potencial?
Enfim, o tempo passa, as revoltas vão se acalmando dentro de nós, vamos aprendendo com a vida e com a gente e nada melhor que se ver cometendo o erro que tanto julga ser errado, nada melhor que beber do veneno que espalha ao apontar os demais, nada melhor do que saber que parte disso é inerente ao ser humano e que nem sempre somos como somos tendo consciência do que somos.
Vamos lá! O que eu quero dizer com isso? Que o preconceito é irracional (inconsciente) na maioria dos casos, diria mais, que somos irracionais na maioria dos casos. A boa notícia? É possível mudar e quando a gente muda, tudo muda.
Alguns estudos realizados com seres humanos comprovam que nosso cérebro dispara estímulos de ação antes mesmo de analisar as coisas, mais que isso, realizamos coisas por estímulos que não vem da área de consciente de nosso cérebro. Poderia aqui discorrer mais profundamente, mas prefiro dividir alguns deles para quem quiser se aprofundar abaixo, para não perder a linha de raciocínio aqui.
Como se cria um conceito? Com base em experiências ou referencias, muitas vezes referencias das referencias.
Imagine que durante muito tempo as mulheres não tinham vez, havia um conceito sobre elas, criado por alguns, sustentado por muitos, que se enraizava nas gerações e alimentavam o preconceito que não permitia durante muito tempo discutir um conceito, entenda uma idéia como um ser “vivo” que quando está prestes a ser aniquilado tenta se proteger, enviando então suas tropas chamadas de preconceito, sim quanto mais tropas enviadas, mais difícil de atacar um conceito e mais ignorante o “caboclo” fica, repetindo, os conceitos são como aplicativos que temos na mente que criam preconceitos para se protegerem e não mudarem, ou você entende como os preconceitos funcionam ou jamais conseguirá tira-los do caminho.
Assim sendo, aí vão duas dicas que podem te ajudar a lidar com isso:
Primeira, questione seus próprios conceitos, faça você mesmo, avalie se o que pensa ou diz está embasado em fatos, em coisas que realmente são inquestionáveis. Mude de opinião, aprenda com o passar do tempo, você não está aqui para defender pontos de vidas, mas para te-los, e os melhores pontos de vista sobre algo são a soma de todas as vistas que se podem ter, por isso comece questionando os seus, quando não for você teus preconceitos vão sem você perceber impedir de que aprenda sobre algo ou alguém.
Dica dois entenda o pré-conceito alheio, sem raiva, sem armas, às vezes, essa pessoa é simplesmente fruto de conceitos antigos enraizados e que não permitem mais que os avalie, são espíritos da ignorância possuindo esse pobre corpinho.
A dica aqui é, existe um caminho para mudança de preconceitos, nós somos cheios de um neurônio que ainda é muito estudado pela ciência chamado neurônio espelho, eu daria o nome de neurônio da retribuição, e neste caso o que quero dizer é que a única forma de mudar um preconceito é entender o conceito que está sendo protegido, ouvir, deixar falar, levantar dados, quem sabe até você não mude o seu ao ouvir o outro? Caso não, por entender, você ganha o direito de discordar e por retribuição o direito de ser ouvido, quem sabe então o piloto automático sai de cena e conseguimos novamente ter acesso ao raciocínio, ao consciente, que pode nos ajudar a realmente decidir com os corretos critérios o tal do certo e errado, o tal do bom ou ruim, do bem e mal.
Avalie seus conceitos, entenda os dos outros para lidar com eles, tire a camisa do time que defende e passe a olhar os jogos, quem sabe você se torna uma pessoa melhor e simplesmente pelo fato de ser assim inspire outros que também o sigam.
Lets grow!
Rafael Régis Somera
Fontes sobre os fundamentos do que aqui descrevi:
revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2013/03/voce-nao-comanda-sua-vida.html
pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B3nio_espelho