Faço parte da geração miojo, a geração que viu as coisas acontecerem mais rápido que antes. Sistemas e máquinas. Tive que levantar do sofá para mudar a TV de canal, mas vi o controle remoto chegar, tive que esquentar comida na panela, mas vi a chegada do primeiro micro-ondas, vi o disco de vinil pular quando riscado, mas vi as fitas, os CDs, DVDs e mp3, enfim, posso dizer que fiz parte de um dos períodos de maiores mudanças de nossa história e tem um monte de gente que veio depois de mim, minha geração, nomeada aqui como geração Miojo, vai convivendo com uma galera que chegou quando tudo isso já estava pronto.
A geração WHATSOPS!
A geração WhatsOps! se incomoda quando uma mensagem enviada para outra pessoa não chega instantaneamente. Sim, 3 minutos é muito tempo. Quero a barra de cereal ou então um chocolate, é mais rápido.
A geração WhatsOps! não tem paciência para escrever para você que o que você escreveu é legal, dá muito trabalho, é mais fácil um clique "curtir".
A geração WhatsOps! é mais rápida do oi ao beijo, do beijo à cena seguinte.
A geração WhatsOps! é mais informada, esperar a aula seguinte? Posso assisti-la no YouTube?
A geração WhatsOps! é legal, afinal não tem tempo de avaliar se gosto ou odeio muito rapidamente.
A geração WhatsOps! faz "amigos" com um clique, a geração WhatsOps tem "1.000 amigos".
A geração WhatsOps! dorme tarde, na realidade talvez seja difícil esperar o amanhã.
A geração WhatsOps! é nova como cada geração que já existiu neste mundo, mas pode ser uma das gerações com mais problemas psicológicos. Índices internacionais de saúde mostram um número nunca visto antes de jovens estressados ou ansiosos, parece que um torpedo emocional anda atingindo nossa geração WhatsOps!.
O objetivo de escrever este artigo é porque talvez alguma geração WhatsOps! leia, o que é difícil, pois a geração WhatsOps! prefere uma twitada a um texto deste tamanho, porém caso você faça parte ou então conheça alguém que goste muito do que faça, gostaria de dar alguns conselhos, dar não, digamos emprestar, devolva-os para alguém da geração WhatsOps!.
Mude o termo "preciso trabalhar para ganhar dinheiro". Dinheiro não se ganha, a não ser que seja esmola, dinheiro se conquista, se merece. Máquinas de caixa eletrônico não são árvores de dinheiro.
A pamonha não é algo que nasce no pé de milho, trata-se de um processo trabalhoso de preparação e de esforço que permite-nos usufruir disso.
No trabalho, lembre-se de fazer mais que os outros, os amigos do Facebook não perdoaram uma falha sua, talvez até a compartilhem com outros que vão curtir.
Estude, estude o mundo, estude você, estudar o perfil alheio só o atualiza sobre o que estão fazendo enquanto você não faz nada. Que as pessoas curtam o que fez e não você curta o que os outros fazem enquanto você curte.
Pense no amanhã, sim ele existe geralmente. Ele não chega com a velocidade de um torpedo, chega com toda força de um e pode derrubar o barco de sua vida se você não se preparou para ele enquanto estava curtindo o barco alheio.
Ah! Você faz parte da geração mais informada que este mundo já viu, espero contar contigo nesta busca por um mundo melhor, que não virá de um dia para o outro e que não vai ser enviado via WhatsApp. Vai depender do quanto nós realmente faremos um pelo outro.
Um forte abraço,
Rafael Régis Somera.